Lucas Volpi Cândido
Chemobrain, MicroRNA,. Neurotoxicidade, Quimioterapia, Neuroinflamação.
As alterações neuropsicológicas induzidas pelo câncer e seus tratamentos, especialmente a quimioterapia, representam um importante desafio clínico, sendo responsáveis por déficits cognitivos persistentes, conhecidos como chemobrain. Com este estudo objetivou-se identificar os microRNAs (miRNAs) associados a essas alterações, mapear suas redes de interação e as principais vias biológicas envolvidas. Por meio de uma revisão integrativa da literatura e análise in silico, foram selecionados seis estudos experimentais com modelos animais, os quais evidenciaram que agentes como doxorrubicina, cisplatina e metotrexato induzem alterações em domínios como memória, atenção e aprendizagem. Dentre os miRNAs analisados, destacam-se o miR-155-5p, miR-21-5p e miR-125b-5p, associados a vias relacionadas à neuroinflamação, estresse oxidativo, apoptose e disfunção sináptica. As análises computacionais revelaram que esses miRNAs atuam sobre vias como MAPK, PI3K-Akt, mTOR, neurotrofinas e receptores de citocinas. A análise de interação entre genes-alvo também demonstrou uma rede funcionalmente conectada, com participação coordenada em processos de inflamação, apoptose neuronal e diferenciação glial, sugerindo envolvimento em respostas ao estresse celular e em patologias neuroinflamatórias. Tais achados sugerem que os miRNAs desempenham papel central na mediação das alterações neurocognitivas observadas, podendo representar biomarcadores e alvos terapêuticos promissores para mitigar os efeitos do chemobrain. O estudo também aponta a necessidade de investigações futuras que integrem análises moleculares e comportamentais, visando aplicações clínicas mais precisas.